Friday 20 August 2010

Três dias de dramaturgia em Fortaleza

Olha o sol!!!!
Bom dia!!!

Adoro acordar cedo para:

- ficar ouvindo o som dos pássaros enquanto espreguiço na cama;
- andar de pijama na casa por alguns minutos antes de me trocar;
- tomar café sem pressa, enquanto meus sentidos vão sendo despertados;
- ter tempo de escolher a roupa certa para a temperatura do dia...

mas não acordo cedo para:
- pensar.

Taí uma atividade que não combina com a minha manhã, especialmente se ela é ensolarada, especialmente quando estou no nordeste.

Se eu pudesse planejar o dia seria:

manhã: café da manhã e praia (para tirar a cor bege escritório de São Paulo)

tarde: oficina de dramaturgia e praia (para produzir vitamina D)

noite: mostra competitiva e praia - porque ninguém é de ferro e a lua estava linda. (ahahah)

Mas, devido à grade do Festival, por três dias seguidos tive que acordar cedo para pensar. A oficina de dramaturgia começava às 8h00 da manhã. No entanto, lembrando que os animais que se adaptam tem mais chances de sobreviver, o lema da manhã foi : BOM DIA!!!! ; )

Brincadeiras à parte e considerando o mundo em que vivemos, onde somos "arrebatados" por informações de toda ordem antes mesmo de conseguirmos dar o primeiro bocejo do dia, foi muito bom iniciar a oficina às 8 da manhã.

Nesses três dias, as pessoas chegaram à Vila das Artes (local onde aconteceram os encontros) ainda sonolentas, desacordadas e, antes mesmo que pudessem ter consciência plena de seus movimentos, eram recebidas com DRAMATURGIA. Durante o workshop acordamos juntos. E acordar junto significa começar na mesma sintonia, quando a relação está dando certo, é claro!!! (e estava)


No primeiro dia um exercício básico : ESCUTA
Porque para a relação continuar com uma boa sintonia a escuta é um elemento básico e fundamental, e para a cena funcionar também!



No segundo dia a proposta foi "descondicionar o olhar". Partimos das imagens abaixo e da observação da rua. O objetivo: inspirar-se nos dois elementos para criar uma proposta de cena.


A idéia não era reproduzir ou interpretar as imagens, mas utiliza-las como estímulo, apenas um ponto de partida. E sem maiores explicações, com apenas alguns minutos de elaboração, aqui as propostas que foram apresentadas pelos três núcleos criados:







O último grupo decidiu usar a rua também como cenário e não apenas como estímulo. Na primeira apresentação experimentaram o teatro invisível. Já no terceiro e último dia de encontro, refizemos e tentamos discutir as cenas sob a perspectiva da dramaturgia, o que foi muito difícil, pois a turma era formada em sua grande maioria por atores e diretores. O grupo saiu novamente à rua e ela foi usada como dramaturgia. Não houve uma tentativa de fazer com que os outros acreditassem que o que estavam vendo era real. O que penso ser muito mais interessante. Interessante observar como a "platéia" entra no jogo sabendo que é teatro.

Observem o rapaz do bar. No primeiro dia ele não sabia o que estava acontecendo. No segundo dia, ele assume a personagem dele mesmo.



Apenas três dias de trabalho, mas o suficiente para suscitar o diálogo.

Não importa se é um breve período , ele vale pela intensidade. Nem tudo está de passagem.







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