Monday 29 September 2008

HOJE É TUDO

Nasci sem o amanhã
Hoje é tudo que tenho
O "pra sempre" construo em cinco minutos
Não é necessário mais do que isso.
O resto do tempo passo criando outros "eternamente"
O passado, deixo para as gerações futuras
Vou, mas não passo
Simulo como seria se fosse infinito
Feliz, continuo, sabendo que vou morrer daqui a pouco
Enquanto daqui a pouco não chega
Eu tenho o agora.
Hoje é tudo que temos.

Sunday 28 September 2008

se liga "ALICE"

CAIU NA RODA

OU ACORDA

OU VAI RODAR
trecho da música RODA, que você ouve aqui nesse blog.

de Niro e Bardot



INT. – CLUB EM LONDRES – NOITE

Abrimos com mesa de bar.
Tres pessoas sentadas. Entre elas, a narradora da história e Brigitte Bardot. Robert de Niro aproxima-se juntando-se ao grupo. Musica alta.

DE NIRO
Alguém fuma aqui ?

NARRADORA
Só a Brigitte

DE NIRO
Você cederia um dos seus cigarros?

BRIGITTTE
Só tenho um. E tu sabe o que significa o último cigarro. Mas se tu não te importa posso dividir contigo.


Brigitte e de Niro no corredor. Dividem o último cigarro.
Brigitte e de Niro dividem pessoalidades e enquanto dividem se fundem.
Brigitte toca piano. Brigitte toca de Niro.
De Niro esbanja carisma, de Niro desmancha Brigitte.

O cigarro acaba. A noite começa.
Sem roteiro De Niro e Brigitte improvisam.

O dialogo não é em ingles. O diálogo não é em francês.
A língua é aquela em que as reticèncias dão lugar à exclamação.

NARRADORA
Na noite eu assistia a festa. E o encontro de Brigitte com de Niro foi surpreendente. Foi simples. Foi assim. Brigitte sem personagem e de Niro também. De Niro e Brigitte são tão verdadeiros que o roteiro passa a não importar. Não estou ansiosa para saber como a história termina. Não importa se o mocinho é mocinho, se vai haver um vilão. Não importa. Assistindo de Niro e Brigitte percebo que a história pode sempre (re) começar. E melhor assim: de Niro sendo ele mesmo e Brigitte também. Eles são mais interessantes do que qualquer personagem que se possa criar.


EXT. – RUA EM LONDRES- MADRUGADA

De Niro se despede de Brigitte. Os lábios despedem-se unindo-se. Os braços enlaçam os corpos. Os caminhos são diferentes, mas o desejo é o mesmo, desejo dos corpos esquecerem-se um no outro. Adormecerem unidos sem pressa de acorda.

Os corpos distanciam-se e entre eles uma pausa que abre espaço para a dúvida.

Brigitte segue seu caminho pensando
De Niro segue seu caminho pensando
Narradora segue seus caminhos...

Do primeiro andar do onibus narradora observa a rua.

Subjetiva de uma estrada sem fim.


p.s: A roteirista não cria nada, apenas aguarda as próximas improvisações. Sem data para estréia.

Saturday 27 September 2008

Luciana numa noite de sábado


Luciana, numa noite de sábado, envia a mensagem abaixo para seus amigos. Mario quintana numa noite de sábado fala por Luciana...Luciana fala para nós...por nós...




Nada como o tempo

...Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você !!!...

(Mario Quintana)


Friday 26 September 2008



"um dia de cada vez.

um dia antes do próximo.

um dia...

depois o outro

assim deve ser."



boa quarta quinta sexta e...bacio.



Alexandre Brito é poeta e generosamente me presenteia com seus escritos. Mais dele em:

http://www.alexandre-brito.blogspot.com/

Tuesday 23 September 2008

Que cor tem Londres? - Identidade parte I


Jacson me pergutou: que cor tem Londres?

Eu aqui estudando inglês, lamento por não tê-lo ainda na ponta do ouvido.

Em Brixton, um dos bairros “negros” de Londres, vejo uma cena que dispensa o entendimento da língua.

Duas garotas brancas bebendo coca-cola e rindo muito. De repente um homem negro que estava ao lado segurando uma cadeira de rodas começa a esbravejar. Furioso, dispara uma rajada de palavras que meu parco vocabulário não permite reconhecer. Mas uma frase eu entendi, talvez pelo número de vezes que ele a pronunciou:

black and white

As garotas pararam de rir e de tomar sua coca-cola. Também não lhe responderam nada, assim como os outros presentes, apenas ouviram, um pouco assustadas. Um rapaz negro que passava pareceu defende-las e trocou alguns insultos com o senhor, mas apenas passou. Elas brancas , o homem negro e eu continuamos ali. E a frase que se repetia:

black and white black and white black and white

Lembrei de Gilberto Freire e o vídeo que assisti no Brasil pouco antes de vir pra ca “Nosso povo brasileiro”. Fiquei curiosa para saber: quando ele olha pra mim o que vê – uma branca ou uma negra. Quando as louras inglesas olham para mim o que enxergam?

Tenho uma amiga da minha cor, que diz que sou negra, mas ela não. Tenho uma amiga gaúcha de olhos azuis que me chama de louca quando eu digo que sou pretinha. Ela imediatamente me corrige dizendo que sou muito é branca...
Eta povo cafuso, eta povo confuso!


Descobri que você pode dizer o que quiser, mas a sua cor só os outros enxergam.

Jacson, respondendo a sua pergunta, Londres tem todas as cores, mas elas não se misturam como no Brasil.


Sunday 7 September 2008

ELA é brasileira - SHE is brazilian















ELA secava a louça, e sem mais interrompeu o silêncio da sua ação inquirindo-me:
- O que precisa para ser prefeita?
Acho que minha expressão de “hein?” não lhe deixou dúvidas e ELA se adiantou:
- Precisa fazer algum curso? – meio desconsertada com a pergunta que não entendia muito bem de onde vinha respondi:
- Não necessariamente. O partido deve fazer eleições internas para escolher seu candidato. Não precisa ter nível superior...
- Assim como o Lula.
- É. Como o Lula.
ELA continuou secando a louça, só que agora ainda mais imersa em seus pensamentos.
Achei melhor não perguntar nada. ELA precisava daquele tempo para elaborar suas idéias.
No dia seguinte, eu e ELA, fomos juntas à Brixton. Enquanto meu olhar de recém chegada apreciava a paisagem do primeiro andar do ônibus londrino, ELA pensava. Novamente ELA cortou o silêncio, só que dessa vez não com uma pergunta:
- Se eu fosse prefeita no Brasil, eu acabaria com as favelas e criança não pagaria ônibus, assim como em Londres, porque criança não trabalha...
Entendi a pergunta da noite anterior. “Criança não trabalha aqui, mas no Brasil trabalha, é um indivíduo economicamente ativo, infelizmente”, pensei em lhe dizer, mas preferi continuar escutando .
ELA tem 14 anos e está fora do Brasil há três. É a terceira filha de uma família de cinco irmãos e uma das melhores alunas do colégio em que estuda. Aqui ajuda a família como interprete, pois seus pais não falam inglês, e como a maioria dos brasileiros que aqui estão, vieram em busca de melhores condições de vida e não pensam em voltar tão cedo, porque acreditam que aqui os filhos terão mais chances.
Se ELA ainda morasse em sua terra natal, estaria vivendo em São Matheus, zona leste. Pegando ônibus e trem super lotados - e pagando por isso! - estudando em escola pública, como em Londres, mas neste caso faz diferença significante o que é público aqui do que é lá.
ELA em algumas outras ocasiões mostrou interesse por assuntos políticos e diz não se conformar com as pessoas que não pensam nesses assuntos e só querem se divertir.
ELA sabe que o jardim do Brasil é tão fértil quanto o da Inglaterra, mas aqui ELA recebeu ferramentas e está aprendendo a usar, o que também faz uma diferença significante.
Infelizmente não votarei nas eleições municipais, pois estou em Londres com visto de turista, mas se pudesse, certamente votaria n´ELA.
ENGLISH
SHE was drying the dishes, and out of the blue she interrupted the silence of her chore by enquiring:
- What do you need to become mayor?
I think that the "eh?" painted on my face was pretty self-explanatory and SHE came closer:
- Do you need to take a course of some kind? – thrown off by the question since I did not know exactly where it came from, I answered:
- Not necessarily. The party needs to perform internal elections to choose its candidate. You don’t need to have a university degree…
- Just like Lula?
- Exactly. Like Lula.
SHE continued to dry the dishes, only now even more immersed in her thoughts. I thought it best not to ask anything. SHE needed the time to elaborate her ideas. The next day, SHE and I went together to Brixton. Whilst my gaze, as a new arrival, appreciated the landscape from the upper deck of the London bus, SHE was deep in thought. Once again SHE cut the silence, but this time not with a question:
- If I were mayor in Brazil, I would put an end the shanty towns and children would not pay bus fares, just like in London, because children do not work... Now I understood the question from the previous night. "Children do not work here, but in Brazil they work, as they are economically active individuals, unfortunately", I thought to tell her, but decided it was better to continue listening. SHE is 14 years old and has been outside of Brazil for three. She is the third daughter of a family of five siblings and one of the best students at the college where she is studying. Here she helps the family as an interpreter, since her parents do not speak English, and like the majority of Brazilians here, they came in search of better living conditions and are not thinking of going back any time soon, because here they believe that the kids will have more opportunities. If SHE still lived in her birthplace, she would be living in Saint Matheus, in the east zone. Catching crammed buses and trains - and paying for it! - studying in a public school, like in London, however there’s a significant difference between what’s public here and there. On various occasions, she has shown interest in political matters and does not get along with people that do not consider those matters and just want to enjoy themselves. SHE knows that Brazil’s garden is just as fertile as England’s, but here SHE has gained tools and is learning how to use them, which also makes a significant difference. Unfortunately I will not vote in the municipal elections, I am in London, but if I could, I would surely vote for HER.

porque sempre acreditei


heathrow airport - London

FAÇA JÁ SUA RESERVA

charge: JJ Marreiro



FAÇA SUA RESERVA

condições especiais para estudantes
e turistas



...então o viajante decidiu que iria trocar experiências. Se programou, fez seus contatos, contabilizou os gastos possíveis. E foi.

Saiu de casa sem fazer reservas, alguns hotéis não faziam essa exigência, outros no entanto, impossível aproximar-se da porta sem antes ter feito uma solicitação formal com pagamento adiantado. Ele foi naquele que muitos de seus amigos já haviam estado, e que alguns ainda se encontram.


E na recepção:
Recepcionista: O que o senhor vem fazer aqui?
Ele achou a pergunta um tanto invasiva, mas respondeu . E ela seguiu
Recepcionasta: Por que veio fazer isso? Por quanto tempo? Conhece alguém aqui? – e finalmente a pergunta mais importante – Quanto tem na carteira?
Ele respondeu tudo sem titubear. A recepcionista, a cada nova resposta, parecia mais simpática. Até que ao final da entrevista, ali no balcão mesmo, ela pediu seu cartão – VISA - e ele enfim teve acesso a entrada.

Então outro viajante decidiu que tinha que cair na estrada, só não tinha escolhido que estrada. Pegou qualquer uma. Foi. Foi assim meio cheio de sonhos mas sem nenhum objetivo concreto. A mala não era muito pesada. O suficiente para viver. O suficiente para viver não pesa...muito...as vezes.


Ele saiu do hotel que estava, que residia desde criança. Ali, mesmo sem pagar aluguel, ele vivia. Fazia alguns “bicos” em troca. O hotel aceitava seus préstimos como pagamento. No entanto ele não estava nada satisfeito. Quando fazia frio, seu quarto sem aquecedor, entorpecia seus membros. E quando fazia calor, seu quarto sem ventilação...

Ele foi parar no mesmo hotel que o primeiro viajante, ficou sabendo que o tratamento é bom e que se paga bem pelos “bicos”. A recepção foi a mesma mas a receptividade diferente:


Recepcionista: O que veio fazer aqui?
Viajante: Vim viver.


A moça torceu o nariz e foi direto para a pergunta que importava:


Recepcionista: Quanto tem na carteira?
Viajante: Não muito. O suficiente para passar alguns dias.
Recepcionista: E como pretende pagar pela sua estada?
Viajante: Eu trabalho direitinho. Sei fazer várias coisas e não tenho medo de serviço pesado não. Qualquer coisa eu faço.

A moça fechou seu caderno de reservas. Ele insistiu, mostrou seu cartão. Ela negou seu VISA. Pediu que o viajante fosse à gerência, onde ele passou mais algumas horas tentando convencer a administração, sem sucesso. Foi mandado ao hotel de origem.

Ele não tinha muito quando viajou, mas voltou com a sensação de nunca ter tido nada. Sentindo-se inferior. Descobriu que não podia ir para qualquer lugar. Descobriu que tudo tem um preço e que esse ele não podia pagar.


O hotel em um relatório justificou seu procedimento. Tudo justificado.

O que o viajante não sabia sobre o referido hotel:
- que o preço que se paga pela diária é caro.
- que esse hotel tem fama reconhecida porque oferece serviços de qualidade, mas para isso é necessário pagar por eles e pagar bem.
- que o valor do seu apartamento anterior, amplo, com varanda e playground, nesse hotel, daria para custear apenas uma vaga num apartamento com pelo menos mais dez pessoas.

Havia que se colocar na balança. Mas não deu tempo. Ele voltou sem viver essa experiência.


Percebeu que o hotel em vivia desde criança também tinha restrições à entrada de "alguns" novos hóspedes, que ele também desejava hóspedes que pudessem pagar. Foi quando se deu conta, que com os “bicos” prestados ao hotel, sempre pagou mais do que devia. Que ele não vivia ali de favor. Que o hotel sim é que lhe devia mais do que simplesmente um teto.

Sentindo-se impotente, usado, desejou não estar em hotel algum.

Foi pra rua.


Tuesday 2 September 2008

Porque sou fã dela











Jhaíra diz: todas as personagens e histórias estão prontas.só estou transcrevendo.

Maysa responde: Sim... pode crê...até a nossa, não é?mas talvez o segredo esteja justamente na transcrição, assim no jeito de focar, de escolher o olhar solto...e isso define tudo, então, pois nesse momento nos posicionamos perante a vida, a própria e a do mundo, a vida de todas nós - pessoas da vida.e jhá que é assim, lá vai um segredo: http://www.repiqueazul.blogspot.com/