Thursday, 20 August 2009

rubro chão, rubro caminho

Ai que torceu, torceu
pingou vermelho
doeu.
Esparramou,
lágrima represou no olhar
petrificou.
o que era doce
salgou.
ai que torceu, torceu
estendeu mas não secou
continuou pingando vermelho
rubro chão
rubro caminho
segue, apresse
não adianta
sozinho.
ai que torceu, torceu
segurou respiração para não sentir
no adiantado das horas
não dá para distinguir
mistura gozo com dor
mistura amor com saudade
mistura choro com alegria
mistura, mistura
não consegue separar
mas juntos não estamos
torcer, torcer
pra parar de pingar
lágrima represou o olhar.

1 comment:

  1. Vermelha é assim mesmo: tem de amor, tem de dor, tem de explosão que é tão intensa de alegria que faz medo de morrer, tem de corte profundo na alma quando da traição da vida. Tem vermelha de dúvida quando não é possível ter certeza de nada, mas só daquilo que não se tem nas mãos.
    Por isso viajamos com passagens, pois é isso que temos nesse mundo, nessas estradas, nessas pessoas, nesses nossos corpos que vão se transformando dia a dia: passagens.

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